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Cirurgia Bariatrica

Artigo: Cirurgia bariátrica: qual técnica devo fazer?

Uma dúvida muito comum dos pacientes com indicação para a cirurgia bariátrica é sobre a melhor técnica a ser utilizada no seu caso. Basicamente, no Brasil, utilizamos duas técnicas: a Bypass (ou Gastroplastia em Y de Roux) e a Gastrectomia Vertical (ou Sleeve). A indicação leva em conta algumas características do paciente, e a decisão deve ser tomada em conjunto, entre ele e o cirurgião.

Na Bypass, é feita uma redução importante do tamanho do estômago e um desvio do intestino delgado, e nós não retiramos nenhuma parte do estômago. Nós fazemos um grampeamento para diminuir o tamanho do órgão, mas a parte maior continua no paciente. Com esta técnica, o paciente perde de 35% a 40% do seu peso inicial. A recidiva de peso, ou seja, o reganho, atinge cerca de 20% dos pacientes.

Já na Sleeve, nós retiramos uma grande parte do estômago e transformamos a parte que fica no formato de uma manga, nós chamamos de estômago tubular. Nessa técnica, não há desvio do intestino. A perda de peso varia de 30% a 35% do peso inicial e a recidiva atinge uma parcela um pouco maior dos pacientes: cerca de 25%.

De forma geral, a Bypass é mais indicada para quem tem diabetes mellitus tipo 2 porque o desvio do intestino melhora a função pancreática e, assim, melhora muito o diabetes, reduzindo – e muito – a necessidade do uso de medicações. É uma técnica também indicada para pacientes com esofagite de refluxo, problema que também melhora bastante após a cirurgia. A Sleeve costuma ser feita em pacientes sem diabetes ou com diabetes leve, que pode melhorar já com a perda de peso de cerca de 30%, e também em pacientes sem sintomas de refluxo.

É importante destacar que o preparo do paciente é exatamente o mesmo para os dois tipos de cirurgia. Ele fará vários exames e terá de passar por toda a equipe multidisciplinar. O pós-operatório também é idêntico. Independentemente da técnica, o paciente terá de passar por todas as fases da dieta: líquida, pastosa e branda… até chegar na dieta normal. Nos dois casos, é fundamental fazer o acompanhamento com a equipe multidisciplinar após a cirurgia. O paciente também precisa ter em mente que tanto na Bypass quanto na Sleeve, terá de tomar vitaminas por toda a vida.

A indicação para os dois tipos de cirurgia também segue os mesmos critérios, ou seja, o paciente precisa ter obesidade por mais de dois anos e comprovar que já tentou o tratamento clínico com um endocrinologista, sem sucesso. Não emagrece ou emagreceu e voltou a engordar. Também é necessário que ele possua IMC (Índice de Massa Corpórea) de 40 para cima ou de 35 a 40, desde que tenha doenças causadas ou agravadas pela obesidade.

 

Dr. Admar Concon Filho é cirurgião bariátrico, cirurgião do aparelho digestivo e médico endoscopista. Ele é membro titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders. / CRM – 53.577

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