A obesidade é um dos fatores de risco para a COVID-19 e, portanto, a cirurgia bariátrica é considerada cirurgia eletiva essencial pelo Conselho Federal de Medicina durante a pandemia, pois, ao perder peso, o paciente melhora também seu sistema imunológico e, no caso de ser contaminado, tem mais chances de reduzir os problemas causados pelo coronavírus,
“O principal fator de risco para a COVID-19 é a idade. Depois, a pressão arterial e, em terceiro lugar, a obesidade. O paciente obeso perde cerca de 10% do seu peso inicial já no primeiro mês após a cirurgia, e isso diminui o seu processo inflamatório e melhora seu sistema imunológico. Portanto, é mais arriscado deixá-lo obeso durante a pandemia do que operá-lo”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho.
Concon explica que alguns fatores fazem com que a COVID-19 possa ser mais grave em pacientes obesos. “Pessoas com obesidade possuem um sistema imunológico mais comprometido e, por consequência, são mais suscetíveis a uma inflamação viral. Outro ponto é que a obesidade já provoca uma inflamação generalizada no organismo do paciente”, comenta. “E ainda tem o fato de o paciente obeso ter uma restrição em sua capacidade respiratória, porque o diafragma não consegue se movimentar adequadamente e o tórax não expande como deveria”, diz.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Marcos Leão Vilas Bôas, os pacientes com obesidade e doenças associadas devem buscar tratamento, já que são considerados grupo de risco para o COVID-19.
“Estar hoje com obesidade representa um risco muito elevado e a cirurgia metabólica e bariátrica são ferramentas potentes para minimizar essas doenças. Quando nós tratamos pacientes obesos, estamos minimizando os riscos para muitas doenças como infarto, derrame e câncer e, atualmente, também para o coronavírus”, diz Marcos Leão.
Um estudo realizado na França de janeiro a maio de 2020 com mais de 8.000 pacientes obesos, conclui que a cirurgia bariátrica está associada a um risco reduzido de morte e ventilação mecânica invasiva em indivíduos obesos diagnosticados com COVID-19 e reforça que o procedimento demonstra ser a única medida eficaz para perda de peso e remissão ou melhora das comorbidades relacionadas à obesidade e que são fatores de risco para a COVID-19, como hipertensão e diabetes tipo 2.
A equipe do Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos segue os mais rígidos padrões de segurança e qualidade para prevenção da COVID-19 em pacientes e na equipe, tanto no consultório quanto no ambiente hospitalar. De acordo com o cirurgião Dr. Admar Concon Filho, o protocolo para a realização da cirurgia bariátrica ficou mais rígido. “Esses cuidados começam já na consulta. Estamos agendando com intervalos maiores para evitar um número grande de pacientes na recepção. Todos devem estar com máscaras e higienizar as mãos com álcool gel. Eles também passam por uma triagem por telefone, em que respondem a várias perguntas para descartar qualquer sintoma e, no dia da consulta, passam por outra triagem presencial. Mesmo que não apresentem nenhum sintoma, são submetidos a um teste de COVID-19 uma semana antes da cirurgia e, sendo negativo, são orientados a ficarem de quarentena para evitar uma possível contaminação até o dia do procedimento. Se positivo, a cirurgia é adiada”, explica o cirurgião. “Apesar de todos esses cuidados, no dia da cirurgia, toda a equipe se paramenta com EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) como se fosse operar um paciente contaminado. É uma garantia para os profissionais e para o próprio paciente”, reforça o médico.
Se você, ou algum amigo ou familiar possui obesidade e deseja saber mais sobre a cirurgia bariátrica, conte conosco!
*Imagem: SBCBM
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