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Por que precisamos nos preocupar com a obesidade

A obesidade é uma doença grave, perigosa e que não tem cura. Basicamente, ela é causada por um desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto corporal de energia, ou seja, se você consome mais calorias do que gasta, vai acumular gordura. Mas o que causa essa vontade de comer além do que necessitamos?

A pessoa obesa, na maioria das vezes, possui uma disfunção no hipotálamo, uma região do cérebro responsável por equilibrar as funções internas, principalmente dos sistemas nervoso e endócrino, e o ambiente. É a região que regula a fome e a saciedade. Portanto, quando há um desequilíbrio, o indivíduo demora mais para perceber que já está satisfeito, o que o leva a comer muito mais que o necessário. Isso mostra que a obesidade não é desleixo e nem falta de força de vontade.

Dito isso, precisamos entender quando a pessoa é considerada obesa. Para isso, não podemos considerar apenas o seu peso. É necessário avaliar a proporção entre seu peso e sua altura. Isso é feito através do IMC (Índice de Massa Corpórea), que é o peso dividido pela altura ao quadrado. Se o resultado for acima de 25, a pessoa está com sobrepeso. Acima de 30, com obesidade grau 1; acima de 35, com obesidade grau 2 e, acima de 40, com obesidade grau 3. A obesidade é preocupante em todos os estágios, mas, obviamente, quanto maior o IMC, mais grave a situação.

Como eu já disse, a obesidade é uma doença. E, como se não bastasse, ela causa e agrava outras doenças, que podem levar à morte. A lista de comorbidades é grande, mas vou citar apenas as principais para que você possa entender o quando estar acima do peso é prejudicial à saúde.

Entre as doenças causadas ou agravadas pela obesidade, estão hipertensão arterial; apneia do sono; dislipidemia (aumento do colesterol ou do triglicérides), que leva à síndrome metabólica; a esteatose hepática (gordura no fígado), que, em casos graves, pode levar a uma hepatite chamada esteato-hepatite; problemas osteoarticulares, como hérnias de discos, protrusão discal, dores articulares; problemas de articulação dos joelhos, como condropatia patelar; e problemas nos pés, como a fascite plantar.

Temos, ainda, outros problemas, como o diabetes mellitus, uma das doenças mais graves que existem. As doenças metabólicas, como o diabetes, também causam complicações na microcirculação, que podem levar a doenças cardiovasculares, como anginas, infartos, derrames, ou, ainda, a alterações renais, como a nefropatia.
Por tudo isso, a obesidade não pode ser negligenciada. Há tratamentos clínicos, endoscópicos e cirúrgicos, de acordo com o grau da obesidade e com as características de cada pessoa. Procure atendimento profissional.

Artigo por Dr. Admar Concon Filho

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