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Cirurgia Metabólica

Cirurgia metabólica pode ajudar pacientes com diabetes tipo 2; doença aumentou 40% em 12 anos

Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde aponta que 7,7% da população brasileira tem diabetes tipo 2

O Ministério da Saúde divulgou recentemente que os casos de diabetes tipo 2 aumentaram 40% entre os anos de 2006 e 2018 e já atingem 7,7% da população brasileira. A doença é responsável por complicações encefálicas, renais, vasculares periféricas e cardiovasculares e, portanto, uma grande preocupação para a saúde pública. Há vários tipos de tratamentos para o diabetes tipo 2, que vão desde mudanças na alimentação, inclusão de atividades físicas e uso de medicamentos até a cirurgia metabólica, já aprovada pelo Conselho Federal de Medicina.

A cirurgia metabólica é o mesmo procedimento da cirurgia bariátrica, o que muda é a sua finalidade. A metabólica visa o controle do diabetes e a bariátrica, a perda de peso, com o controle de outras doenças como consequência do emagrecimento. Por este motivo, algumas regras para a cirurgia metabólica são diferentes das regras da bariátrica, e ela pode ser realizada em pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 30 Kg/m2 e 34,9 Kg/m2. Já para fazer a bariátrica, é necessário ter IMC a partir de 40 Kg/m2 ou de 35 Kg/m2 a 39,9 Kg/m2, desde que o paciente apresente doenças relacionadas à obesidade.

“Há muitos estudos que comprovam que a cirurgia metabólica é muito eficiente no controle do diabetes. Alguns pacientes chegam a curar a doença”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho, membro da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) e presidente do Hospital Galileo. Com mais de quatro mil cirurgias bariátricas realizadas, ele explica que os benefícios, muitas vezes, são notados logo nos primeiros dias após a cirurgia. “Um dos fatores de risco do diabetes tipo 2 é a obesidade, então, quando o paciente perde peso, já há uma tendência de melhora da doença. Mas o que percebemos é que a mudança metabólica causada pela cirurgia já melhora o diabetes antes mesmo de uma perda de peso significativa”, destaca.

Isso porque a cirurgia metabólica causa uma alteração de hormônios relacionados à obesidade e estimula a produção de substâncias que reduzem a resistência à insulina, além de preservar o pâncreas, que passa a produzir insulina de melhor qualidade.

“Por este e outros motivos, a cirurgia metabólica foi aprovada no País. É uma forma de tratarmos cirurgicamente também os pacientes com IMC menor de 35 Kg/m2, já que estima-se que a maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 não chega ao IMC mínimo para a cirurgia bariátrica”, explica Concon. “Nosso desafio, agora, é que a cirurgia metabólica seja incluída no Rol das Diretrizes de Utilização da ANS (Agência Nacional de Saúde) para que os convênios médicos comecem a cobri-la. Dessa forma, será acessível para um número muito maior de pessoas”, afirma.

Além do IMC, o paciente precisa se enquadrar em outros critérios para ser submetido à cirurgia metabólica. É necessário comprovar a falta de resposta ao tratamento clínico e ter idade entre 30 e 70 anos. Além disso, é preciso ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes porque o pâncreas está mais preservado e os benefícios da cirurgia são maiores. Também é preciso seguir todas as outras regras internacionais exigidas para a cirurgia bariátrica, como acompanhamento de uma equipe multiprofissional (psicólogo/psiquiatra, endocrinologista, nutricionista, cardiologista, etc).

A cirurgia metabólica para pacientes com diabetes tipo 2, segundo o CFM, deve ser, prioritariamente, com a técnica bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a técnica gastrectomia vertical (GV), ou Sleeve, será a opção disponível. Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes.

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