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Cirurgia Robótica

Cirurgia robótica para obesidade já é uma realidade na região de Campinas

Cirurgião explica que em alguns casos, há vantagens significativas no procedimento por robô

A cirurgia robótica para obesidade já é uma realidade para os moradores da região de Campinas. Considerada mais uma evolução para os pacientes que precisam ser submetidos a uma cirurgia bariátrica, ela apresenta algumas vantagens em relação à cirurgia feita por videolaparoscopia, que foi uma grande mudança em relação à cirurgia aberta, feita através de um corte na parede abdominal.

“Com a videolaparoscopia, a cirurgia bariátrica já se tornou um procedimento minimamente invasivo, com riscos semelhantes ao de uma retirada de vesícula ou de uma cesárea. Fazemos apenas cinco furinhos na parede abdominal do paciente, que, em pouco tempo, pode voltar às suas atividades rotineiras. Agora, estamos dando mais um passo: a cirurgia bariátrica robótica, que deixa o procedimento ainda mais seguro”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho.

De acordo com ele, diferentemente do que muitas pessoas pensam, o cirurgião está ao lado do paciente e controla o robô que faz o procedimento. “O paciente não fica sozinho. O cirurgião está ao lado com ele o tempo todo. Uma das principais diferenças da cirurgia robótica é a precisão dos movimentos e a visão da câmera, que é em 3D, enquanto a por videolaparoscopia é por 2D. O robô também nos permite movimentos maiores que os da mão humana”, explica. Para Concon, em alguns casos, a robótica pode oferecer vantagens significativas para o paciente. “Em cirurgias revisionais, em que há maior aderência interna, e em cirurgias mais difíceis, que podem ser inviáveis por videolaparoscopia. Nesses casos, a robótica pode evitar que o procedimento se transforme em uma cirurgia aberta”, esclarece.

“A verdade é que, assim como a cirurgia bariátrica videolaparoscópica passou a ser feita em grande quantidade no Brasil, a tendência é que isso ocorra com a robótica. Não sabemos quando, mas, provavelmente em alguns anos, seja o tipo mais comum de cirurgia. É uma evolução natural”, ressalta Concon.

O número de cirurgias bariátricas vem crescendo ano a ano no Brasil. Em 2018, segundo a Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, foram realizadas no País 63.969 cirurgias, um número 84,73% maior que em 2011, quando foram registrados 34.629 procedimentos deste tipo.

Apesar do crescimento, o número ainda é muito pequeno perto da quantidade de pessoas com indicação para a cirurgia bariátrica. Apenas no Estado de São Paulo, há cerca de 1.078.000 pessoas aptas para a cirurgia de redução do estômago. “Nós somos um dos países que mais realizam cirurgia bariátrica e utilizamos por aqui a mesma tecnologia de países desenvolvidos. Mas precisamos aumentar o acesso das pessoas ao procedimento, que é o mais eficiente para quem tem obesidade mórbida”, destaca o cirurgião.

Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em julho pelo Ministério da Saúde, apontou que o Brasil bateu um recorde de obesidade. Atualmente, 19,8% da população brasileira é obesa. Em 13 anos, o índice de obesidade aumentou 67,8% no País.

“A obesidade é um problema de saúde pública muito sério. Ela desencadeia muitas outras doenças que podem levar o paciente à morte, além de piorar sua qualidade e expectativa de vida significativamente”, afirma o cirurgião. “Mas é importante destacar que a cirurgia bariátrica não faz milagre e não deve ser indicada para quem não precisa. O paciente precisa estar muito bem preparado e consciente de todas as mudanças que este procedimento causará em sua vida”, reforça.

Para ter indicação para a cirurgia bariátrica, os pacientes precisam preencher uma série de critérios. O procedimento é permitido em pessoas com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2), que possuam IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2, e ausência de resposta ao tratamento clínico; em pacientes com IMC maior que 35, desde que tenham doenças associadas a obesidade; ou com IMC acima de 40, considerada obesidade mórbida, sem a necessidade de comprovar doenças causadas pela obesidade.

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