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Obesidade

Obesos entram na lista de comorbidades para a vacina da covid-19

O Ministério da Saúde anunciou o início da vacinação contra covid-19 em pessoas com comorbidades e, entre elas, está a obesidade mórbida. Este, sem dúvida, é um passo muito importante, já que a obesidade está entre os principais fatores de risco para a doença. A obesidade também pode causar ou agravar outras doenças, como a hipertensão arterial e o diabete mellitus, que também entraram na lista das comorbidades para a vacinação.

É importante que as pessoas obesas se conscientizem e se vacinem. Os riscos, para elas, são significativamente maiores. A SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) divulgou recentemente dados que apontam que o paciente obeso tem maior vulnerabilidade imunológica à covid-19. Isso significa que eles podem adquirir a doença mais facilmente. O risco de uma pessoa obesa contrair a covid-19 é 46% maior.

Mas os números não param por aí. O risco desse mesmo paciente precisar de internação é 113% maior e o de precisar de uma UTI é 74% maior. O paciente obeso também tem um risco 66% maior de precisar de ventilação mecânica invasiva e 48% maior de morrer. São números preocupantes e que não podem ser desconsiderados.

Diante deste cenário, a cirurgia bariátrica foi considerada cirurgia eletiva essencial. Isso significa que ela pode – e deve – ser feita durante a pandemia. Há evidências fortes de que a cirurgia bariátrica melhore o sistema imunológico do paciente como um todo, reduzindo, inclusive, os marcadores inflamatórios. De forma geral, após ser submetido a uma cirurgia bariátrica, o paciente obeso perde peso e se torna mais saudável, e isso o ajuda a lutar melhor contra a infecção causada pelo novo coronavírus. Sendo assim, o adiamento da cirurgia aumenta os riscos de morbimortalidade, dependendo do tipo e da gravidade das suas comorbidades.

Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica com covid-19 reduziram em 72% a necessidade de internação e, em 78%, a mortalidade. Enquanto a mortalidade no grupo de obesos foi de 13%, na de quem fez a cirurgia bariátrica foi de 3%. Isso porque a cirurgia bariátrica leva a uma perda de peso considerável e contínua, que melhora rapidamente a parte metabólica do paciente, com o controle da glicemia, da pressão arterial e da dislipidemia, que é a elevação do triglicérides e do colesterol.

Todos esses dados falam por si só, mas eu gostaria de reforçar que as equipes médicas adotaram protocolos muito seguros para prevenir a covid-19 em todo o processo da cirurgia bariátrica. Como não sabemos quanto tempo a pandemia vai durar, não é seguro que o paciente com indicação para a cirurgia bariátrica adie a realização do procedimento. O importante é procurar uma equipe de confiança, certificar-se que o hospital possui alas free covid e seguir todas as orientações dos profissionais de saúde. E, claro, assim que chegar a sua vez, tomar a vacina!

Dr. Admar Concon Filho
Artigo publicado no Jornal Terceira Visão de Valinhos – 21/05/21

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