A obesidade é considerada uma doença crônica e multifatorial. A cirurgia bariátrica, com suas várias técnicas tem sido cada vez mais indicada como alternativa eficaz de controle dessa doença. Requer um trabalho de equipe multidisciplinar, com a inserção do psicólogo para avaliar as condições emocionais desse paciente que fará a cirurgia.
Mas, porque o psicólogo se a questão é emagrecer, e meu problema está na obesidade???
Quando falamos em DIETA, fica difícil desvencilhá-la do conteúdo emocional que existe por trás da comida; que muitas vezes é tratada como objeto de prazer compensatório.
Comemos por razões que vão muito além da ausência de comida no estômago. Ansiedade, stress, tédio, culpa, irritação, falta do que fazer…podem ser apenas alguns dos motivos por trás da fome. Como saber??
Torna-se necessário, paralelamente ao controle alimentar (dieta), a compreensão desses conteúdos internos que levam a pessoa a comer em excesso. Esta voracidade alimentar ocorre frequentemente em situações de ansiedade, de carência afetiva, da dificuldade de lidar com as frustrações diárias e do enfrentamento de conflitos.
Muitas vezes ouvimos dizer que “come-se muito porque sente-se que tem pouco”. Cabe ao psicólogo, instrumentalizar-se para avaliar o perfil deste paciente que busca a cirurgia, auxiliando-o a elucidar questões como: significado do comer em excesso; expectativas com relação a cirurgia; disponibilidade para mudanças; compreensão dos riscos da cirurgia; importância da adesão ao tratamento com a equipe multidisciplinar.
Reduzir os quilos extras, controlar a obesidade é mais complicado do que simplesmente “fechar a boca”, exige força de vontade, apoio familiar e a orientação de especialistas.
É preciso despertar a autoestima, incentivando o cuidado com a aparência e o gostar do próprio corpo.
Mariangela L. A. Paolis CRP: 13043-6
Psicóloga do Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos
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