É cada vez mais comum encontrarmos adolescentes obesos que querem – e precisam – fazer a cirurgia bariátrica. Pacientes com mais de 18 anos podem fazer o procedimento sem restrição, desde que se enquadrem nos critérios exigidos, como IMC (Índice de Massa Corporal acima de 40 kg/m² ou com IMC entre 35 kg/m² e 39,9 kg/m², com doenças causadas ou agravadas pela obesidade, e comprovem tratamento contra a obesidade por mais de dois anos, sem resultados satisfatórios.
Adolescentes com idade entre 16 e 18 anos também podem realizar a cirurgia bariátrica, desde que se enquadrarem nos critérios exigidos e exista consenso entre família, paciente e equipe multidisciplinar.
A rigidez é um pouco maior quando o paciente tem menos de 16 anos. Como ele ainda está em desenvolvimento, é necessário olhar com mais cuidado e, normalmente, a cirurgia só é aprovada quando ele possui alguma síndrome genética. É recomendado que os riscos sejam avaliados por dois cirurgiões bariátricos e por toda a equipe multidisciplinar. Também é fundamental que a família esteja de acordo e se comprometa a acompanhar o paciente durante a recuperação.
A obesidade pode causar muitos impactos na vida de um adolescente. Além dos problemas de saúde, também há o fator psicológico. A adolescência é uma fase de grandes transformações, e o adolescente acima do peso, por questões estéticas, pode ter dificuldade de relacionamento e até desenvolver depressão. A obesidade é uma doença e, no caso dos adolescentes, é muito importante que a família esteja atenta e busque ajuda profissional o quanto antes.
O número de cirurgias bariátricas em adolescentes vem crescendo em nosso País. Um dos motivos é, sem dúvida, a segurança da cirurgia, que aumentou muito nos últimos anos. Ser obeso é muito mais perigoso que fazer a cirurgia bariátrica. Equipamentos mais modernos, grampeadores mais seguros, técnicas mais modernas, como a videolaparoscopia, e drogas mais eficientes fizeram com que a cirurgia bariátrica se transformasse em um procedimento de baixo risco. Claro que todo procedimento cirúrgico tem seus riscos, mas, no caso da cirurgia bariátrica, eles diminuíram muito.
No entanto, é importante reforçar: a cirurgia bariátrica não é um milagre. O comportamento e o comprometimento do paciente têm um papel fundamental para que os resultados sejam positivos e, mais que isso, duradouros. No caso dos adolescentes, a participação, o incentivo e o apoio de todo o núcleo familiar são muito importantes.
Vale lembrar que dados recentes apontam que O Brasil pode ter até 50% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade ou sobrepeso em 2035, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024, lançado pela Federação Mundial de Obesidade. A taxa anual de crescimento da obesidade em crianças e adolescentes brasileiros entre 2020 e 2035 será de 1,8%.
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