A Síndrome de Dumping (SD) pode atingir de 25 a 50% dos pacientes que fizeram Cirurgia Bariátrica pela técnica de Bypass Gástrico em Y de Roux (BGYR) e 5 a 10% dos pacientes submetidos à técnica de Sleeve Gástrico. Já a hipoglicemia tardia , ou hipoglicemia reativa (causada pelo alimento) é um sintoma menos frequente, os sintomas estão associados à Hipoglicemia ( queda brusca da glicose sanguínea) e acontecem após 1 a 3h da ingestão alimentar, normalmente, de uma refeição rica em carboidratos de fácil digestão.
Como ocorre:
Qualquer cirurgia gástrica que altere a digestão e absorção do alimento no estômago pode ocasionar a SD ou Hipoglicemia, principalmente as cirurgias que alteram a velocidade do esvaziamento gástrico e o deixe mais acelerado , ou seja, os alimentos passam mais rápido do estômago para o intestino delgado.
A Síndrome de Dumping é resultado de alterações anatômicas e funcionais, o alimento passa muito rápido para o intestino causando grande sensação de estufamento , dor abdominal, hipotensão , tontura, sudorese (suor frio) taquicardia ( coração acelera) e em alguns casos diarreia.
Isso também pode promover alteração rápida da glicose, secreção inapropriada da insulina produzida pelo pâncreas e gerar a Hipoglicemia Tardia, que podem levar à vertigem, tontura, dor de cabeça , náusea, distensão abdominal, vontade de sentar ou deitar, vômitos e muitas vezes perda da consciência ou desmaio,
E como tratar?
Modificações dietéticas através das mudanças dos hábitos alimentares. Como recomendações gerais , as refeições devem ser fracionadas em 5 a 6 pequenas refeições ao dia, não ingerir líquido durante as refeições para evitar acelerar o trânsito intestinal.
Evitar o consumo de açúcares, carboidratos simples (massas, biscoitos, bolachas dentre outros) e o leite deve ser substituído pelo zero lactose. Aumentar o consumo de alimentos fonte de proteína e algumas fontes de gordura boa ( abacate, castanhas dentre outras).
Com acompanhamento nutricional, devemos incluir alimentos fonte de carboidrato complexo, lançar mão de alguns espessantes para retardar o esvaziamento gástrico, dentre outros.
Além do acompanhamento nutricional, faz-se necessário o acompanhamento com endocrinologista, para avaliar e descartar outras possíveis causas clinicas, além dos erros alimentares.
E você, como está a sua evolução após a cirurgia bariátrica? Você se identificou com os sintomas citados acima?
Na dúvida, não deixe de fazer seu acompanhamento nutricional.
Célia Beleli
Nutricionista do GCBV ( Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos
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