Em um estudo realizado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp referente ao pós doutorado de Daniela Razolli, pesquisadores conseguiram traçar o roteiro da obesidade.
Ao investigar, na última década, os fatores associados à crescente epidemia global de obesidade, cientistas identificaram dois eventos que contribuem para o ganho de peso: um deles é a alteração no perfil de bactérias que compõem a flora intestinal. Estudos mostraram que pessoas obesas geralmente apresentam um conjunto de microrganismos que favorece a absorção dos nutrientes da dieta.
Outro evento importante é a morte de um grupo de neurônios existente em uma região do cérebro chamada hipotálamo. Essas células são sensores de nutrientes e têm a função de avisar para o corpo que está na hora de parar de comer e que já há energia disponível para gastar. Após a perda desses sensores, os indivíduos passam a sentir cada vez mais necessidade de consumir alimentos ricos em gordura e açúcar. Por outro lado, ficam com o metabolismo mais lento e armazenam grande parte da energia fornecida pela dieta desbalanceada. Mas o que viria antes? Os dados mais recentes sugerem que o hipotálamo é danificado muito antes de ocorrerem as alterações no intestino. Estudos em camundongos revelaram alterações no hipotálamo logo no primeiro dia da dieta obesogênica. Já as alterações na microbiota intestinal demoraram entre duas e três semanas para aparecer. O estudo também demonstrou que os danos neurais tem início muito antes do indivíduo começar a engordar. A alimentação desbalanceada vai modificando uma série de parâmetros, favorecendo o desenvolvimento de diabetes e hipertensão.A partir daí surge a alteração da microbiota intestinal, que agrava a obesidade e as doenças a ela associadas.
Esse estudo é bastante revelador, comenta a nutricionista Célia Beleli do GCBV, e demonstra os danos que uma dieta rica em gordura saturada e desbalanceada pode causar ao nosso organismo, como dar início a um processo que muitas vezes pode se tornar irreversível.
Mas quais são esses alimentos? São os alimentos de origem animal, como carnes gordurosas, manteiga e laticínios com gordura, além de óleos derivados de coco e óleo de dendê, assim como produtos industrializados como biscoitos, sorvetes, bolos e tortas revela o estudo.
E o que precisamos fazer para evitar esse evento?
“Novamente voltamos ao ponto inicial”, explica Célia Beleli, “devemos nos alimentar com alimentos de diversos grupos alimentares, incluindo grupos de vegetais, frutas, cereais de preferência integrais (com grãos) carnes e laticínios magros e tão importante quanto, lembrarmos da moderação”, ressalta.
Lembram-se que já falamos em outro post sobre os leites fermentados e iogurtes? Pois bem, são eles que nos fornecem uma variedade de lactobacilos bons para proporcionar uma adequada flora intestinal, e se aliado ao consumo de vegetais e frutas e proporcionarão a manutenção da mesma.
Portanto vamos repensar nossa alimentação, e iniciarmos a prevenção da obesidade através de nossas escolhas alimentares?
Você também pode ver a reportagem na íntegra através do link: Estudo permite traçar o roteiro da obesidade
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